quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Diário de bordo IX


Hoje disseram-me que o que não nos mata, torna-se mais forte. E eu fiquei a pensar. A tua solidão não me mata no sentido literal da coisa, mas também está longe de tornar-me mais forte...
Acho que já me habituei ao vazio. Nunca, jamais à tua ausência. Mas ao vazio. À tristeza. À solidão. 
Acho que criei uma barreira. Onde ninguém penetra para que ninguém possa ver o que vai cá dentro. Às vezes as pessoas falam e eu ouço as suas vozes distantes, lá longe, como se não falassem comigo. Às vezes desligo. Entro involuntariamente num transe que o meu subconsciente criou para me ajudar a sobreviver. Sei no meu intimo que estou em contagem decrescente para ir novamente para junto de ti, mas isso não me chega. Criei mecanismos de defesa quase sem me aperceber, e assim vou conseguindo arrastar-me pelas horas, sempre ansiosa pela noite, pelo momento de ouvir a tua voz, de te ver no pequeno quadradinho do meu monitor e tentar com isso acalmar o meu coração.


O Amor é um lugar estranho e assustador, 
inerente à condição humana de sofredor,
ora nos faz rir ora chorar,
e havendo inúmeras formas de amar,
nenhuma delas é de todas a melhor.
Não sei se te amo da forma mais bonita,
não sei se te acarinho como deveria,
Não sei se te olho com profundidade sentida,
nem sei se te beijo com o furor que queria.
Sei que a minha vida contigo ganhou cor,
sei que abracei o desconhecido,
e por muito errado que possa ser este amor
sei que quero vivê-lo contigo.
Não sou perfeita, tu também não...
Mas que importa isso ao tolo coração?
Amo-te como sei, entrega total,
pareça isso aos de fora bem ao mal,
preciso de ti, não da perfeição.
Não quero saber do teu passado,
apenas do futuro que podemos construir,
lado a lado, amando e a sorrir,
deixando o que passou enterrado, 
ávidos por uma nova vida erigir.
Desculpa as vezes que te fiz chorar,
pois quando me magoaste já consegui perdoar,
não deixes a distância e a dor,
vencerem esta situação,
pois tens todo o meu amor,
de corpo, alma e coração!

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