segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Partiste... e agora?


Sinto-me uma estranha dentro destas paredes a que insistes chamar de nossas. Não estás no sofá a jogar solitário. Não estás no quarto a ver tv. Não abres a porta e chamas por mim. E vai ser assim, por muito tempo. Sinto um vazio tão avassalador que até mesmo escrever se torna um sacrifício. A minha voz soa-me estranha, porque não está acompanhada da tua. Os meus passos parecem nem tocar no chão, porque não acompanham os teus. Não consigo parar as lágrimas e tu não estás aqui para as secar. 
Para muitos isto pode parecer exagerado. Não morreste, estás apenas a milhares de kms daqui, num país demasiado distante para eu te poder abraçar. Mas eu sinto-me vazia.
Discutimos muito. Apesar de termos a certeza do que sentimos um pelo outro, tivemos discussões e cada uma mais descabida do que a outra. Mas tu foste o único em toda a minha vida que não olhou para a minha gordura, para os meus ciumes ou a minha insegurança. O único com quem fazer planos não pareceu descabido demais. E agora estás longe. E eu sinto-me perdida. Entreguei-te a minha vida de tal forma que agora que não te tenho me sinto completamente atordoada.
Sei que foste para uma vida melhor, para ti e para os meninos. Mas a minha vida tremeu quando entraste para a porta de embarque. E não sei quando vai voltar ao normal. Esta incerteza mata-me!!!! Não sei como vou aguentar!

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